Bom disco Bom

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Dizem que todo cantor, intérprete ou artista tem o seu trabalho definitivo e memorável. Aquela obra que, tipo, se ele resolvesse parar tudo, tava resolvido. Sacou? E esse é O Disco da banda U@, pra mim, a maior banda de Rock da atualidade, justamente pelo fato de irem além da música. Esse é um clássico que lançou a banda para o universo e trouxe clássicos como “I Still Haven’t Found What I’m Looking For“,  “Where the Streets Have No Name“,  “Bullet the Blue Sky” e, claro, “With or Without You“. o 5º trabalho dos caras conseguiu extrair o melhor deles. Sem dúvida. U2 pode ser dividido e definido ante e depois da “Arvore de Josué”. E vale cada acorde, cada letra, cada interpretação.

#AqueleQuadrinho…

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    Allan Moore, talvez o maior nome dos quadrinhos de todos os tempos, anunciou sua aposentadoria. Responsável por repaginar títulos como Monstro do Pântano (onde criou o icônico John Constantine), além de deixar enormes contribuições como “A Piada Mortal”, “Miracleman” entre outros. Não é preciso nem dizer que é dele “V de Vingança”, “Do Inferno”“A Liga Extraordinária” “Promethea”. 

 

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     A sua principal obra, claro, é Watchemen.  Depois de adaptada para o cinema (e muito bem adaptada), preparada para ser apresentada como série para a HBO, além do crossover com o universo regular da DC em “O Relógio do Juízo Final”, a obra ainda é a principal referência para se entender o universo dos quadrinhos.

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     Para se entender sua grandeza basta dizer que ela foi responsável por mudar toda a indústria da nona arte. Depois de Watchemen a forma de ler quadrinhos mudou completamente. Mas, por que essa obra continua sendo tão aclamada e referenciada ainda hoje, mais de 30 anos depois do lançamento?

     Não é minha intenção aqui ficar recontando a história nem chovendo no molhado. Não dá pra ficar repetindo as mesmas coisas endeusando ou metendo o pau no Alan Moore pela sua postura em relação ao mercado editorial e da grande indústria dos quadrinhos: DC e Marvel, farinhas do mesmo saco no quesito “vamo ganhar dinheiro”. A questão é que esse título em especial eleva essa arte para outro patamar. E eu queria apenas trazer dois pontos sobre a revista que é a narrativa e a abordagem.

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     A narrativa de Watchemen é atual e inovadora justamente pelo fato de ter um roteirista primoroso, que colocou durante todo o período de construção da obra diversas referências literárias, teatrais, históricas e políticas para questionar o auge da Guerra Fria, a política dos EUA e toda a mesquinhez de uma sociedade capitalista em franca decadência. Para incrementar e dar corpo ao universo dos vigilantes, Allan Moore soube abordar de modo brilhante o mundo dos heróis. Mais não é só isso: ele cria toda uma mitologia, trazendo para nossa realidade toda uma herança de heróis para criar um clímax muito massa e que pegou (pega) todo mundo de surpresa.

 

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     Se você viu o filme (que é uma adaptação muito massa também) deve ter sacado o grande clima da série: denso, tenso e muito carregado. Depois dessa série as HQs deram uma guinada (pra bem).

 

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Fotos que nos Revelam um Mundo

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Ditadura militar deixou um rombo no brazil. A desculpa: impedir que o país virasse uma nova Cuba. A Realidade: uma agenda de golpes militares nos países do terceiro mundo para manter a hegemonia dos países imperialistas. Durante 21 anos mergulhamos em um obscurantismo e uma rede de mentiras e violência. Algumas dessas mentiras ecoam até hoje. Mesmo assim, uma série de documentos e fatos comprova a verdade: nossa democracia foi golpeada, roubada e colocada num porão por 21 anos e essa violência patrocinada pela CIA e com apoio de setores reacionários da igreja, da mídia e grandes empresários da época. Esses mesmos tem medo de se exporem, já que fizeram de tudo, como matar seus próprios servidores e queimar documentos para esconder a verdade.

Entre os nomes e rostos esquecidos temos o de Manoel Lisboa, assassinado após 15 dias seguidos de tortura. Todo tipo de violência foi impetrada contra ele, para tentar destruir sua organização revolucionária contrária ao regime.  A violência era tanta que os corpos dos mortos eram escondidos, como o caso de Fernando Santa Cruz, desaparecido até os dias de hoje. Manoel Lisboa estudava medicina na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), mas foi jogado na clandestinidade depois do golpe de 1964. É um desses rostos que a TV não mostra, que as revistas não estampam em suas capas semanais. Mas é também uma voz que denuncia e uma imagem que não se cala.

Bom disco Bom

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Embaixadores de Sião. Jesus: O Amigo da Hora, de 1977

 

    Os Embaixadores de Sião foi uma banda de Rock Cristã pernambucana, formada em meados da década de 70 no Recife. A banda possuía clara influencia dos Beatles e da jovem guarda (se bem que eu não vejo muita coisa da jovem guarda no som dos caras). “Jesus: O Amigo da Hora” foi lançado em 1977 e tinha como objetivo levar o ‘evangelho’ para o povão. Dito de outro modo, os caras inventaram a chamada música Gospel quando isso ainda nem era sonho aqui no brazil. Teclado, bateria, guitarra e baixo vaziam aquele som harmonioso o suficiente para levar a banda a atingir sucesso nacional. Aliás, esse era um tempo bom, quando não se existia de maneira tão demarcada essa coisa de feudos por regiões. Era possível romper barreiras apenas fazendo um bom trabalho e tendo como divulga-lo.

    “O Rosto de Cristo” é até hoje uma das músicas mais conhecidas do mundo cristão. Crente, católico, espírita, fãs dos Beatles. Todos já cantarolaram essa música um dia. Regravada por inúmeros nomes da música religiosa nacional, essa faixa consegue ser original e muito bem gravada. Ainda assim não é uma das minhas preferidas do disco. Aliás, essa é a menos legal. Os destaques são “Onipresente e Excelso Deus”, “Amor tão Profundo”, “A Ascenção de Cristo” (rockzão da pesada, de botar muito metaleiro de hoje no bolso) e “O Discurso do Rabi”.

    Minha mãe conta com orgulho dos shows que ela ia do grupo: sempre lotados, nas praças públicas e com grande recepção. O grupo passaria por uma mudança de formação e lançaria mais dois discos, com grande repercussão e alto nível também. Até hoje essas músicas são ouvidas e os discos são partilhados de pai pra filho. Eu mesmo aprendi a gostar de rock ouvindo Embaixadores.