#aqueleQuadrinho

          Hinterkind (“Os Desterrados”, no brazil. Vertigo/Panini Comics)

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Resumo:

[Hinterkind, “Os Desterrados”, foi lançada nos EUA em 18 edições, de dezembro de 2013 a julho de 2015. Com roteiros de Ian Edginton, arte de Francesco Trifogli e Cris Peter na pintura. No brazil a obra foi lançada pela Panini em três edições especiais: “O Despertar do Mundo” (junho/2017), “Escrito em Sangue” (fevereiro/2018) e “Região Quente” (Agosto/2018), cada uma contendo seis edições da série original em formato americano, lombada quadrada e com um preço muito acessível- R$23 contos.]

Prefácio:

Uma praga, um vírus, alguma coisa dizimou quase toda a humanidade. No meio dessa situação, a gente descobre que os seres ‘tidos’ como mágicos ou imaginários (fadas, duendes, druidas, gnomos, elfos, sátiros, vampiros, unicórnios, dragões, ogros, centauros- ufa!) são na realidade reais e que estavam escondidos nos subterrâneos, deixando-se acreditar que eram mesmo criações da mente humana. Depois da suposta praga esses seres imaginários retornam para caçar os humanos restantes, brigarem entre si por territórios e riquezas. Esse caos nos é apresentado pelo genial Ian Edginton (que trabalhou, entre outros títulos, em Judge Dredd, X-Force, Stormwatch, além de ter sido indicado ao Eisner duas vezes.

 

 

Bom:

Hinterkind consegue ser original tratando de um tema chamado por muitos como ‘batidos’. Com tanta obra inspirada em Distopias e Cyberpunks, o leitor logo vai relacionar o quadrinho com O Senhor dos Anéis, Game of Thrones e essa ‘túia’ de livros que viraram filme tipo “Divergente”, “Convergente”, “Detergente”, “Jogos Vorazes” ou “Maze Runner”. Mas o detalhe é que o Ian Edginton sabe tecer uma boa história e o roteiro não deixa a desejar:

Prosper Monday é a nossa heroína, junto com Angus, que decide fugir do acampamento onde vivem. Ao fugirem acabam descobrindo aquela realidade que eu já citei antes e se metendo em uma jornada que vai desencadear toda a trama quadrinesca. Segundo dizem, o título não conseguiu ter um bom rendimento. Com as vendas em baixa teve que ser encurtado. Outra versão diz que a obra foi pensada para ser desse tamanho mesmo. Vendas baixas ou não, a crítica meteu o pau na revista do mesmo jeito, mas eu queria ressaltar a habilidade do roteirista em juntar ficção científica, mitologia, sociedades pós-apocalípticas sem perder a mão. Esqueçam quem vier dizer que os personagens não são bem trabalhados e etc. genéricos eles podem até ser. E são. Mas essa é a idéia da trama: mostrar as espécies vivendo depois da devastação.

Ruim:

Por ser tratar de uma obra que teve vida uma vida encurtada (nessa hora, não importa mais os motivos) fica evidente que poderia ter uma seqüência, um aprofundamento em determinados temas, mostrar como vivem determinadas espécies (pois é; ainda cabia) e gastar um pouco mais a trama. Essa coisa de guerra entre elfos e vampiros, todos com metralhadoras e flechas dava um caldo massa. Na moral, dava até pra virar um filme ou uma boa série na Netflix.

Péssimo:

Não sei se por pressa ou por estilo, mas a arte do italiano Francesco Trifogli não consegue agradar. Se você for fazer uma rápida pesquisa sobre o trabalho dele vai ver que tem muita coisa boa. Mas em Hinterkind a impressão que se tem é que ele começa bem cada edição e depois vai ficando feio, preguiçoso, mal feito mesmo. Tem horas que chegam a ser tão ruins ao ponto dele desenhar um mesmo personagem diferente de um quadro a outro. Nota-se claramente que essa tomada não faz parte da trama da obra e não acrescenta em nada. E a pintura do Cris Peter segue a mesma linha. Tem uns quadros que chegam a dar raiva de ruins. Uns traços jogados como um adolescente brincando no Corel. Se você for feito eu, que detesta essas pinturas feitas no computador bizarras vai ficar puto também.

No Geral:

É uma obra no nível da Vertigo. Tem qualidade e tem conteúdo. Uma coisa massa também é que tem o bom e velho começo, meio e fim. Não é feito essas histórias que a gente sabe que vão dar um jeito de trazer o protagonista de volta a vida. Essa vale muito a pena ler.

Um detalhe massa: 

Esse nome da revista é muito chamativo, né não? Até tentei achar uma tradução mais ou menos para o título mas não deu em nada. O mais perto que achei foi do Alemão:

                                              Hinter= Atrás e Kind= Criança

Mas eu não me atrevo não. Se você souber aí me ajuda. E corre pra ler essa revista.

http://soquadrinhos.com/showthread.php?tid=25200

 

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