Retratos é uma ótima coleção. Comprei por 6 conto e nunca mais deixei de ouvir. . .
“Retratos” é mais uma dessas coletâneas, tão odiadas por uns e amada por outros. Já ouvir dizer que artista que lança coletânea está perto da decadência ou do esquecimento. Não sei se isso é verdade. Minha história com esse disco é interessante. Minha mãe havia ido milagrosamente ao shopping e me ligou perguntando se eu queria alguma coisa de uma loja de CDs que costumava frequentar. Após me citar dois ou três artistas, pedi para ela trazer o CD do Lô Borges. Admito: nunca tinha escutado nada dele, apesar de conhecer um pouco da história do Clube da Esquina, ouvir Milton Nascimento e ser fã declarado do Beto Guedes.
O que mais me chamou atenção foi o preço do CD: R$6,00. Aquele disco devia estar ali fazia meses, pensei. Eu nem lembro que era foi esse, mas, um CD por aquele preço não era coisa que se via todo dia. O conteúdo poderia ser duvidoso. Pois bem. Esse disco dei de presente para uma amiga, anos mais tarde, após ouvir o mesmo quase que diariamente, religiosamente. Minha mãe se arrependeu de me dar o CD. E não foi fácil me separar dele. A pessoa a quem dei o estimado disco não poderia ser ninguém menos especial e querida.
Ganhei uma discografia do Lô Borges depois. Infelizmente sem aquela coletânea que iniciava com a versão ao vivo de “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo” do disco “Solo” (outra pérola do artista) e terminava com “Canção Postal”, do mesmo disco. Aí tava completo minha interpretação e entendimento da santíssima trindade de Minas: Milton, Beto Guedes e Lô Borges. A voz, a música e a poesia da geração da Esquina mineira.