![rebanhao](https://papobla.wordpress.com/wp-content/uploads/2018/08/rebanhao.jpg?w=584)
J.M DeMatteis, roteirista, e Mike Zeck, desenhista, foram muito felizes em lançar essa HQ: “A Última Caçada de Kraven”, publicada em 1987 pela Marvel Comics. Na história (que se pretendia mais madura, seguindo uma onda nessa linha promovida sobretudo pela rival DC Comics), Kraven, exímio caçador, tenta um plano mirabolante: para vencer o homem aranha ele teria que tornar-se o mesmo. Que viagem né? kraven até então era um personagem secundário, até ganhar a sua grande chance.
Essa questão da morte, o envolvimento do homem aranha com o duende verde, as coisas com o uniforme negro geraram conflitos internos que são muito bem elaborados nessa brilhante HQ, que ganhou status de clássica pelo bom roteiro e uma arte primorosa. E essa foi uma das HQs que entrou no hall de ouro de minha pequena e bagunçada estante. detalhe massa: fizeram uma adaptação desse quadrinho para romance. Inclusive isso é uma coisa que eu quero abordar de alguma maneira, em algum veículo de comunicação em um momento breve.
Sabe aquelas coisas que tão dizendo aí sobre o gênero como uma construção Cultural e o sexo como algo biológico? Sabe essa história (e é tudo verdade) da mulher centrada na linguagem e na política? Na discussão sobre o falocentrismo e a heterossexualidade? Sabe isso tudo, na teoria, se encontra aqui nesse romance maravilhoso de Luzilá Gonçalves. E é tão bom ler e passear pelo Pernambuco em seus primórdios, suas intrigas e sua construção por meio dessa belíssima biografia romanceada, e que se propõe (propositalmente) ir além do mero biografismo histórico, jornalístico, inocente.
Um livro atualíssimo. Uma leitura obrigatória pra quem se arvorar em nossa literatura regional.
Certamente uma das notícias mais tristes que recebemos no mundo da música em 2016: Vander Lee se despedia de nós e nos deixava esperando aviões. . .
Esse mineirinho de apenas 50 anos representava muito bem nossa nova safra de compositores de nossa MPB. 50 anos apenas. “Era um menino”, disse uma fã idosa para a reportagem. Meio século de idade e uma carreira que começou em 1987 foi num tempo realmente muito curto. Merecíamos passar muito mais tempo, explorar mais, no bom sentido, desse autêntico compositor brasileiro.
Detalhe: a data de gravação de seu DVD de 20 anos foi justamente num 2 de julho, dia de meu aniversário. Segundo a sua empresária, ele teria pensado em adiar a gravação do show por não estar seguro de fazê-lo. Sorte nossa. É um registro primoroso de um momento de auge desse interprete tímido, quietinho como todo bom mineiro, mas com uma força enorme ao subir no palco. Como não gostar nem sentir falta desse grande talento?
Detalhe²: esse show tem um espaço muito especial em meu coração por um segundo motivo. Depois de adiar assistir ele na integra no youtube, o tive como companhia no dia em que recebi a triste notícia da partida de minha amada sogrinha, até então internada. Tocava a música “Eu e Ela” quando o telefone tocou. Desliguei o aparelho e escutei a canção até o fim. Até aquele momento a letras não tinha tinha recebido um olhar mais atento, apesar de linda, confesso. Passei uns três dias com sua melodia na minha cabeça. Sempre vou lembrar do Vander Lee e de Dona Nice ao ouvir, cantarolar ou arranhar no violão essa poesia.
Capa da mais recente animação da DC para “A Morte do Superman”
Recentemente assisti a nova animação da DC, intitulada “A Morte do Superman” (The Death of Supermam, lançado em julho de 2018, com direção de Jack Castonera e Sam Liu, roteiro de Peter J. Tomasi). O filme é a primeira parte de uma trilogia que visa:
Antes de qualquer coisa, é preciso definir um pouco o que seria uma adaptação, já que se há bastante confusão quando se trata desse assunto. Uma adaptação se refere a utilização de um objeto, em nosso caso uma HQ, para um fim diferente a que ele estava veiculado inicialmente. Levando para o lado da arte e da cultura, a adaptação seria a transformação de uma determinada OBRA para outro público, outra LINGUAGEM, utilizando para isso, outros meios de fazê-lo. Sendo assim, algumas coisas precisam ficar claras:
– não se trata de comparar uma obra com a outra já que, ao se adaptar de uma linguagem (Quadrinho) para outra (Cinema ou animação) a linguagem a ser utilizada exige modificação;
– levando em consideração os apelos conjunturais de determinada linguagem (público e renda, cachê dos atores envolvidos na produção, o estúdio que vai cuidar da produção, etc. – isso se tratando do cinema) essa “modificação” na obra original será praticamente inevitável;
– uma adaptação leva em conta, sobretudo, a autonomia de quem a produz, ou seja, toda adaptação é também uma obra nova, sobretudo pelo fato de ser um “recorte”, “um olhar”, uma “abordagem” de outra pessoa sobre uma obra anterior;
– por fim, se é pra ser outra coisa, com outra linguagem, não teria graça nenhuma fazer do mesmo jeitinho. O ineditismo da obra original permanece, ao passo que a adaptação, além de dialogar e abrir caminho para um novo/outro público fortalece ainda mais, joga luz nova na obra anterior, original.
Capa de “Superman Doomsday”, chamado no brazil de “A morte do Superman”. de 2007.
Ou seja, sendo uma adaptação, não adianta muito essa coisa de comparar a história “original” com a adaptação. Isso só serve do ponto de vista da nossa própria opinião nada mais. A obra original vai continuar lá, queira você goste ou não, bem como a adaptação. Esse diálogo que uma obra de arte faz com outra é um movimento perpétuo e não-retornável. Ou seja, aceita que dói menos. Eu digo isso porque, a exemplo de adaptações como Death Note pra Netflix (2017) ou Guerra Civil (2016), alvo de tantas críticas, simplesmente não levou em consideração a proposta de cada obra (atrair um público adolescente para uma visão mais comercial no primeiro caso e dar seqüência a trama desenvolvida nos filmes anteriores do Capitão América e Vingadores respectivamente). Além disso, geralmente essas observações são bem rasas quando se trata de uma adaptação. Na maioria dos casos fica apenas nessa ideia do “eu acho” e a famosa “em minha opinião”. Bem. Em minha opinião. . . Antes de falar sobre tal obra, tenta ver a original pelo menos. Ou então saca que a ideia não é comparar uma coisa com a outra e sim usar uma ideia de um determinado veículo de comunicação e linguagem abordando o mesmo de outra maneira.
Mas vamos ao que interessa. . .
Não quero aqui fazer aquele resumão do que foi A Morte do Super Homem e etc. Na minha infância, quando não se tinha internet nem muito acesso a todo tipo de informação como é hoje, a história de que haviam matado o Super era coisa lendária, seja pelo sucesso dos filmes com o Christopher Reeve e o Gene Hackman (aquele Lex Luthor clássico e imbatível que tu respeita) ou até mesmo a série que passava no SBT. A questão é que, como toda grande saga dos quadrinhos, A Morte do Super Homem surge de uma crise editorial da revista e que, por 11 edições consegue uma virada na história do maior personagem a chamada Nona Arte, além de realizar uma revolução no modo de olhar os quadrinhos em todo o mundo. Eu lembro, por exemplo, do comercial da revista nos intervalos dos filmes da Sessão da Tarde, na Globo. A história lá do Cid Moreira eu desconheço, mas, em uma época em que era cara uma revista em quadrinho e até mesmo o acesso a elas, aquele comercial até hoje não me saiu da cabeça.
Pois bem, A Morte do Super Homem, Funeral Para um Amigo e O Retorno do Super Homem são revistas obrigatórias para qualquer leitor de quadrinhos, seja elas lidas em PDF, online ou em qualquer edição que possa ser encontrada nesse mundo a fora. Com uma equipe formada por nomes como Dan Jurgens, Roger Stern, a grande Louise Simonson, Karl Kesel, Tom Grummett (até hoje meu ilustrador favorito, advinha por qual título), Brett Breeding, Jon Bogdanove e etc., só podia sair essa antológica história.
A primeira adaptação foi em 2007, com a animação Doomsday, lançada ali perto dos 70 anos do Super, diretamente pra vídeo. Como o próprio nome sugere (Doomsday= apocalipse) a animação prende-se diretamente no conflito entre os dois personagens. Um destaque para a animação é que, mesmo seguindo a linha visual do desenho já clássico do Super e da Liga da Justiça, que você deve ter assistido muito no SBT, o desenho é mais violento, além de trazer um esforço para abordar temas de forma mais madura, como a relação entre Lois e Clark. Com mais de três milhões de revistas vendidas, só na época que foi lançada o quadrinho, e a animação muito da bem feita em 2007, claro que o conflito entre Apocalipse e Superman seria levado para o filme, coisa que se concretizou em “Batman V Superman: O Despertar da Justiça”, aliás, o roteiro pega também um pouco de outro clássico dos quadrinhos, “The Dark Knight Returns”, de Frank Miller. Prova maior dessa eterna “conversa e troca” entre obras não há. E olha que eu nem falei da aparição do monstro no seriado Smallville (ali já foi o fim da picada, o exagero do exagero). Mas adaptação é justamente isso. A Morte do Super Homem renova o culto em torno do que foi essa grande história, atrai novos fãs, leitores, e atualiza a crença em uma das maiores adaptações que já se viu, ou tu não tá ligado que Super Homem não é nada mais que um Jesus Cristo de capa e cueca em cima da calça?
Uma das capas das muitas edições de A Morte do Superman, a HQ.
#aquelequadrinho de hoje veio de uma conversa com um amigo meu, o Samuel Alves sobre o relançamento no brazil da HQ “Superman entre a foice e o martelo”. Essa HQ sempre me foi uma daquelas lendas da vida que eu ouvia falar ou lia nas revistas de super herói. Não tenho essa HQ e, confesso, não compraria. Se alguém quiser me darem fique à vontade.
Pois bem. Vamo lá: Li a HQ em PDF do mal. Porque nem tudo dá p gente adquirir né?
A história é daquela sacada “oque teria acontecido se”…..
Nesse caso, o pé no saco do Superman cai na URSS no lugar de cair nos EUA.
Ponto negativo: uma série das mesmas mentiras e absurdos com relação ao socialismo/comunismo, a velha e proposital difamação da imagem de Stálin e o exagero quanto a implementação do comunismo, face superior do socialismo, real e inevitável. Ciência É ciência, boy. Tem pra onde não.
Mas os erros do ponto de vista histórico, metodológico, filosófico e ideológico chegam a ser bizarros.
Ponto forte: o Batman. Aliás, o Batman Realmente é o melhor personagem que o quadrinho já inventou. Ficou curioso? Eu esperei muito p poder ler essa belezura. Me decepcionei. Hoje você encontra de boas na net. Dá uma sacada lá.