Bloqueio Econômico e Cuba

 

Bloqueio desumano promovido pelo estado americano continua

Bloqueio desumano promovido pelo estado americano continua

No ultimo dia 21 de Janeiro Estados Unidos e Cuba realizaram reunião para debater a reaproximação dos dois países, 54 anos depois dos EUA romperem laços com a ilha. A reunião é uma continuidade das negociações entre os dois países, depois de Barack Obama e Raúl Castro terem anunciado ao mundo, dia 17 de dezembro de 2014, que os dois países retomariam as relações diplomáticas. A notícia, é claro, chamou atenção do mundo, além de não ser bem recebida pelos setores mais conservadores ao redor do mundo. Ainda assim, temas como direitos humanos e o embargo econômico são questões a serem entendidas, especialmente por se tratarem de visões extremamente opostas pelos dois países, tanto no campo ideológico quanto no terreno econômico.

 

 

Entendo o embargo econômico

 

O fato de Obama ter admitido o fracasso do embrago econômico a Cuba, ter libertado ostrês últimos heróis cubanos (Gerardo Hernandez, Ramon Labanino e Antonio Guerrero, dia 17 de dezembro de 2014) presos injustamente pelo governo dos EUA dês de 1998 ou a ONU ter condenado o bloqueio econômico por 23 vezes consecutivas, além de todas as manifestações de partidos e organizações sociais pelo mundo, não significa que o famigerado bloqueio ao país será finalizado. A mudança nas leis para garantir tal mudança depende do congresso e é uma política de estado, levada por mais de cinco décadas pelos partidos dirigentes do país, além do fato de “não poder confiar no imperialismo um tantinho assim”, com disse o comandante Che Guevara. Eis alguns dados dessa política ao longo desses 53 anos:

  • Julho de 1960: o congresso americano reduz em 700 mil toneladas a cota de importação do açúcar cubano. O motivo: a declaração do caráter socialista da revolução;
  • Início de 1961: o governo americano rompe os laços diplomáticos com Cuba e fecha a embaixada no país. Está claro quem rompeu as ligações entre os países;
  • Julho de 1962: o embargo econômico é aprovado oficialmente;
  • Fevereiro de 1963: o presidente americano na época, John Kennedy, inicia as proibições para viagens de americanos à ilha. Fidel, ao contrário, havia chamado a todo o mundo para “conhecer o país onde os melhores sonhos do homem eram realizados”;
  • Outubro de 1992: subsidiarias estrangeira de empresas americanas são proibidas de comercializarem com Cuba pela “Lei para Democracia Cubana” ou Lei Torricelli;
  • Março de1996: empresas que não são americanas também passam a serem proibidas de manter qualquer tipo de comércio com o país cubano, pela lei de “Liberdade e Solidariedade Democrática cubana” ou Lei Helms Burton, apresentada por dois senadores: Jesse Helms, Republicano, e Dan Burton, Democrata (está claro aí que o bloqueio sempre foi uma iniciativa do estado americano. Uma questão totalmente ideológica).Quem mantivesse comércio com Cuba sofreria sanções por parte do governo americano;
  • Novembro de 1996: aprovada a Lei de ajuste Cubano. Qualquer cubano que tenha deixado à ilha depois da revolução recebe auxílio financeiro, casa, emprego e é considerado um cidadão americano (os dados oficiais afirmam que 65 mil cubanos foram recebidos nos EUA entre 1950 e 1958, comparados com os haitianos, que foram mais de 22 mil entre 1981 e 1991, mas apenas 28 receberam permissão de entrar no país, mostrando que política de recepção dos cubanos é extremamente proposital);
  • A multa para quem gastasse dinheiro americano em cuba ia de U$$ 1 milhão para empresas e U$$250 mil para pessoas;
  • Fidel Castro teria escapado de 638 planos de assassinato, a maioria orquestrados pela CIA (agência de inteligência americana a serviço do presidente americano, voltada para atividades secretas), organismo financiado pelo governo americano e que mais recebe verbas do mesmo para realizarem suas atividades, sem nem precisar prestar contas de coisa alguma.

 

 

Direitos Humanos

 

Outro grande ponto a ser debatido é a questão dos direitos humanos. Taxada de ditadura, a ilha cubana sofre com toda sorte de embargos, decretos e leis oficiais para derrubar o regime socialista na ilha, com a desculpa de não haver liberdade de expressão ou democracia (burguesa) dês de 1959. Todo esse embargo foi aprovado com o disfarce de lutar para tornar a ilha um país novamente democrático. ONGs e incentivos a agentes dos estados unidos, como a blogueira Yoani Sánchez, são articulações antigas preparadas pelo imperialismo, que não tocam no tema. Se o país não é democrático nem respeita os direitos humanos, os EUA nada falam acerca da baia de Guantánamo, onde os EUA mantém uma prisão afastada das leis mundiais, proibindo que a ONU inspecione o lugar, e que já foi denunciada pelo próprio FBI e Cruz Vermelha de haver torturas e os presos se quer ter direito a um julgamento, visita ou consultar um advogado.

 

 

Embaixadas Americanas em Cuba

Sem dúvida a libertação dos presos cubanos representa uma vitória para todo aquele que defende os direitos humanos e a liberdade. Porém, essa abertura das relações diplomáticas com Cuba não significa o fim do embargo econômico que martiriza e impede o crescimento econômico do país, bem como a autodeterminação do povo cubano de seguir sua vida em paz. Na reunião entre os dois países os americanos falaram sobre abrir as respectivas embaixadas nos países, as viagens dos diplomatas para a ilha e a garantia de entrada dos materiais dos diplomatas no país (revistas e etc.). Porém, para que o embargo seja derrubado o congresso americano, reacionário por princípio, precisa sinalizar tal mudança, coisa que não fez até agora com Guantánamo, por exemplo, mesmo Obama tendo prometido isso durante sua campanha em 2009. Para aqueles que defendem a liberdade e autodeterminação dos povos é um dever exigir que esse bloqueio chegue ao fim, e que as manifestações de respeito de mudança por parte das autoridades dos EUA não fique apenas no discurso, pois a prática desses governantes já mostrou inúmeras vezes que o estado americano não aprecia muito a palavra liberdade, seja ela em que país for.