O Que Se Esconde Por Traz Do Rolezinho?

 

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E se fossem todos brancos, filhos da classe média alta?

Reprimem os “Rolezinhos”, mas não questionam: se fosse um “grupo”, digo grupo, pois quando se trata de jovens pobres e negros, moradores de favelas, chamam de “bando”, se fosse um “grupo” de brancos riquinhos, falariam tanto? Aliás, isso já existe há tempos. O problema é que o “Rolezinho” sempre foi feito pelos filhinhos de papai… Eles podem!  Na verdade os shoppings não querem é que a população pobre, negra entre em suas lojas.

A verdade é que os moradores dos apartamentos na beira mar podem ir e vir como e quando quiserem, enquanto os jovens das invasões, dos subúrbios, vilas e favelas devem estar bem longe dos grandes centros de compra e venda. Essa é a verdade: “Pobre não pobre comprar! rico pode!” e, se não pode comprar, nem que seja em mil parcelas no cartão ou na conta do pai riquinho ou no cheque do amante, podem passear a vontade, encher de beleza os corredores vazios… 

A verdade que está por trás de tudo isso é a velha questão de classe. A imagem que o “brazil” quer vender para a copa do mundo não permite gente negra, andando de chinelo ou roupa que não seja de marca e que não possuam, se quer, um carrinho.

 A questão é quem pode e quem tem. Puramente uma questão de classe, e não me refiro à classe “A”, “B”, “C” e “D”. Isso não existe. Refiro-me a quem detêm ou não o controle dos meios de produção, quem domina o quê na questão, proletariado e burguesia. Vai dizer que não? Que isso é coisa do passado? Quem diz isso também fala que não existem preconceito e racismo no país da copa, do carnaval e do sumiço de tantos e tantos Amarildos.  

O Jovem Karl Marx

"o mouro", como era conhecido

O Jovem Karl Marx

Quando se fala da vida e obra de Karl Marx, sem dúvida o maior pensador da humanidade, muitas indagações e questionamentos nos vêm à mente, sobretudo quando se analisa o tamanho de sua obra, sua responsabilidade frente ao movimento socialista mundial bem como o momento histórico em que ele viveu (guerras, revoluções, o Bonapartismo, a Comuna de Paris e o surgimento, propriamente dito, do movimento socialista de cunho científico – obra de suas mãos e etc.

Como alguém pode, ao mesmo tempo, ser um dos mais notáveis lutadores das causas sociais e também, um pai atencioso, um amigo presente, bom marido, critico literário, adepto da boa música, da boa cultura, tendo ainda que se dividir entre a “confecção” do Capital, obra que foi um verdadeiro divisor de águas em relação a tudo, verdadeiramente tudo, que se havia dito, pensado ou escrito em relação ao atual meio de produção a que estamos atrelados, tendo que ver ainda sua saúde se esvaindo pela imposição de um profundo estado de miséria a que foi imposto pela sua inquebrável decisão de ser o guia do proletariado mundial, e não se vender ou se curvar diante de todo o tipo de pressão, tentativa de calúnia (não foram poucas) e propostas para “se entregar a vida científica por completo”, como ouviu diversas vezes.

Marx não só esteve à frente de seu tempo, como também soube extrair toda a sabedoria desenvolvida em seu tempo e esmiuçá-la, não para se alto – promover, mas para educar a classe trabalhadora e mostrar o caminho para a verdadeira transformação social que carecia os trabalhadores do mundo: o socialismo científico.

Porém, entre as muitas facetas desse personagem ilustre uma me chama bastante atenção: sua profunda clareza e decisão. Nascido em 5 de maio de 1818, filho de Heinrich Marx, advogado da cidade de Trier, um dos grandes centros da Prússia Renana, já chamava atenção como seu pensamento em relação ao mundo se manifestava. Em 1830 ele entra para o Liceu da cidade, onde deixa um documento muito rico, interessante para analisarmos essa sua postura realmente humanista, revolucionaria.

Com o tema “Reflexão de Um Jovem Perante a Escolha de Uma Profissão”, trabalho de conclusão dos estudos no Liceu, apresenta um jovem decidido, ganho para as causas sociais, disposto a trabalhar para modificar sua realidade e de sue mundo ao redor. No texto Marx dissertava acerca da necessidade de escolher uma profissão que permitisse trabalhar pela felicidade da humanidade, analisando as condições sociais que influenciavam tal escolha:

“as nossas relações na sociedade em certa medida já começaram a estabelecer-se antes de estarmos em condições de a determinar”

Porém, sem perder a perspectiva de uma escolha pautada no coletivo, negando todo tipo de individualismo mesquinho:

“se o homem trabalha apenas para si próprio, poderá porventura tornar-se um erudito célebre, um grande sábio ou um excelente poeta, mas nunca será um homem completo, verdadeiramente grande… se escolhermos uma profissão em que possamos trabalhar ao máximo pela humanidade, não fruiremos, então, uma alegria pobre, limitada, egoísta, mas a nossa felicidade pertencerá a milhões.”

 

Essa colocação não se deu apenas pela influencia dos iluministas, como tentam dizer diversos autores, dividindo de maneira “academicamente perigosa” a obra de tão importante autor. O mesmo jovem que ousou tais pensamentos inscreveu-se na faculdade de direito da universidade de Bona, tornando-se mais tarde um de seus mais brilhantes alunos, e proferindo as inquietantes verdades:

Os filósofos até agora se preocuparam em interpretar o mundo; a questão, porém, é transformá-lo”

E

Proletários de todos os países, uni-vos!”

Verdadeiros golpes no capitalismo.

a bandeira da foice e o martelo

A bandeira da URSS é erguida após vitória contra o exercito Nazista: influência direta do “Marxismo”